terça-feira, 8 de novembro de 2011

A carta III

James,

Hoje faz frio no meu quarto. A minha janela não consegue proteger-me o suficiente. Faltam-me os teus braços, os teus confortáveis braços que me fazem sentir no topo do mundo quando me envolvem docemente. Falta-me o calor do teu corpo para formar uma pura e mágica alquimia com o meu. Falta-me a tua boca, sempre doce e suave encostada a minha, enquanto a Lua pára para eternizar o nosso amor.
Nunca te disse, mas cada vez que não estás no meu mundo é sempre Inverno: as árvores despem-se, as nuvens formam-se, o dilúvio cai. Cada vez que não estás, a neve aparece gelada nas bordas do parapeito da minha janela, e o sol ausenta-se de mansinho, tal como uma criança foge da consequência de uma traquinice.
A saudade tem-me sufocado o peito. Sei que me amas com igual intensidade que te venero, sei que o teu desejo de habitares na minha vida é tal e qual o meu relativamente à tua, mas até isso dói quando toda esta distância resolve comer à dentada toda a minha sanidade enquanto tu não vens desse lugar. Esse lugar que não te pertence. Aliás, nenhum lugar te pertence, a não ser o meu coração. Volta rápido, meu amor.

Hellen

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